Infográfico - 3 métodos de elaboração dos espumantes
18 de dezembro - 2020
Existem vários métodos distintos de vinificação de espumantes. Alguns são mais conhecidos, como Champenoise e Charmat, e outros não tão comentados, como é o caso do Método de Transferência. A diferença entre eles está na forma em que ocorre a segunda fermentação - responsável pela formação de gás carbônico (ou seja, o perlage) - mas cada um destes métodos tem um impacto no estilo e sabor do produto final. O infográfico abaixo ilustra os passos que os vinicultores levam para transformar vinho regular (vinho base é o termo técnico) em vinho borbulhante. A grande maioria do vinho espumante é produzida usando um destes três métodos.
Método Champenoise ou Tradicional
Esta é a maneira mais lenta e mais cara de produção, e todo Champagne só pode ser feito com este método. Fora de Champagne os viticultores devem utilizar o nome Método Tradicional, pois o termo Champenoise tem uso permitido apenas nesta região francesa. Outros espumantes franceses como Crémant, assim como o Cava espanhol e o Franciacorta italiano são todos produzidos utilizando esse método. Também é conhecido como método clássico. Neste processo, a segunda fermentação ocorre na garrafa. Isso significa que o líquido tem um contato maior com as leveduras, o que resulta em espumantes de maior riqueza aromática (porém com menos expressão de fruta). Geralmente apresentam maior estrutura e uma formação de bolhas mais delicada. O tempo de autólise das leveduras é um fator determinante para a qualidade do perlage. Ao final da autólise as leveduras são direcionadas para o gargalo da garrafa, através de um lento processo conhecido como rémuage. Feito isso, o gargalo é congelado e a pressão interna do próprio espumante é responsável por expelir as borras da garrafa (dégorgement), que então sofre a dosage. A quantidade adicionada de licor de dosage ou licor de expedição vai definir se o espumante será doux (doce), demi-sec (meio seco), sec (seco), extra sec (extra seco), brut, extra brut ou nature (quando não houver acréscimo do licor de expedição).
Método de Transferência
Igualmente ao método tradicional, a segunda fermentação ocorre na garrafa, mas não há deposição de borra. O vinho já fermentado é retirado da sua garrafa (as garrafas são enxaguadas para serem reutilizadas) e é filtrado em um tanque sob pressão, onde recebe a dosage. Sempre sob pressão, o vinho é colocado de volta nas garrafas com o seu gás carbônico natural. É um processo mais barato que o método tradicional, pois tanto a rémuage quanto o dégorgement são trabalhosos. Além disso, a rémuage manual de garrafas muito grandes pode constituir um desafio.
Método Charmat
Neste método, a fermentação secundária ocorre em tanques do aço inoxidável (em vez da própria garrafa). É utilizado para produção em larga escala. Este procedimento foi inventado em 1895 pelo enólogo italiano Federico Martinotti, mas foi patenteado em 1907 pelo francês Eugène Charmat, por isso também é conhecido como Método Martinotti. Como neste método o contato entre o vinho e as leveduras é menor, geralmente os espumantes resultantes são mais frutados, leves e frescos. O Prosecco é o espumante mais famoso produzido por esse método.
Infográfico com os principais métodos usados na elaboração dos espumantes.
A Alsácia, região próxima à Alemanha, é outra importante produtora principalmente de vinhos brancos e espumantes. Nela, o termo Grand cru volta a aparecer para apontar os melhores vinhos, que regidos pela AOC própria, classifica-os apenas em Grand cru e Alsace AOC, e os espumantes como Crémant d'Alsace AOC.
Grand cru de Champagne
A AOC Champagne também estabelece regras diferenciadas para a produção dos seus famigerados espumantes. No entanto, e mais uma vez, a ótica é outra; o foco não está no produtor nem nas vinhas, e sim, no vilarejo em que os vinhedos estão. Levando-se em consideração o solo, clima, castas, vento, altitude, e outros requisitos, as categorias se dividem em: Grand cru classé, Premier cru classé e Cru classé.
Conclusão
A busca por vinhos classificados como Grand cru reflete, obviamente, a importância e a reputação francesa para a enologia mundial. Na maioria das vezes, comprova o status da alta qualidade de um vinho, sendo por isso, motivo de rivalidades, brigas judiciais e apelos de marketing. Na tentativa de voltarmos os olhos (e o paladar) para o fundamental, ou seja, a prática degustativa, defendemos o conhecimento comprovado na taça. Nessa jornada, as AOCs são indicadores que contribuem para o desenvolvimento do gosto pessoal. Então, abramos nossas mentes para a exploração de bons vinhos, sejam de Bordeaux, Borgonha, Mendoza ou qualquer outro terroir. Santé! Equipe VinumDay • um vinho para cada dia
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Já faz algum tempo que ela ganhou espaço cativo no coração (e nas taças) dos sommeliers da VinumDay.
Dos vinhos que passaram por aqui, poucos podem ter sua qualidade descrita abaixo do nível “excelente”. Mas hoje é dia de apresentar algo que beira a perfeição: a quinta-essência deste belíssimo produtor chileno!
Almaviva, Seña, Don Melchor? Para nós (e para boa parte da crítica) o Laura 2013 está no mesmo patamar. Um vinho com tal refinamento e sofisticação que encanta mesmo os paladares mais aguçados.
Que tal levá-lo para casa pelo melhor preço do Brasil?
Trata-se de uma mescla entre quatro variedades: Cabernet Sauvignon (41%), Malbec (32%), Cabernet Franc (15%) e Petit Verdot (12%). As uvas se originam em Santa Cruz, no Valle do Colchagua, e passam por uma seleção tripla: no vinhedo, apenas cachos perfeitamente maduros são colhidos. Na chegada à vinícola, os grãos são selecionados manualmente. Após a vinificação e maturação — de 20 meses em carvalho francês de primeiro uso — apenas as melhores barricas são destinadas ao corte final.
Antes da degustação, vale investir em pelo menos duas horas em decanter. Apesar de ser um vinho da safra 2013, ainda está bastante jovem e vai se beneficiar do oxigênio para mostrar todo o seu potencial.
Na taça ele revela diversas facetas: de frutas frescas como o figo, à maduras como morango, cereja e cassis. De notas refrescantes como menta e cânfora, aos toques tostados do carvalho, passando ainda por nuances de pimenta preta e chocolate ao leite.
Na boca uma excelente acidez e taninos carnudos estruturam um conjunto encorpado, porém alinhadíssimo, e repleto de intensidade de sabor. É um tinto que persiste no palato por um longo tempo, com notas de cereja doce e chocolate ecoando no fim de boca.
Ah Laura... se continuares a nos brindar com vinhos deste calibre, que chance terão teus concorrentes?
Se no Norte da Itália as rainhas são a Nebbiolo e a Sangiovese, a Aglianico reina soberana no Sul da terra da bota, sem discussão.
Uva tinta mais querida das regiões da Campanha e Basilicata onde brilha em três DOCG, se aproveita da constituição vulcânica dos dois territórios e entrega vinhos deliciosos, que vêm mudando ao longo dos anos, acompanhando a evolução tecnológica, e se mostrando cada vez mais atraentes e populares.
Parte da linha Del Maule, este varietal de Aglianico nasce da busca da vinícola chilena Gillmore em expressar a complexidade da variedade italiana adaptada ao tradicional cultivo de secano da região de Tabontinaja, no Valle del Maule, onde as videiras não recebem nenhum tipo de irrigação afora o das chuvas de Inverno, que são esparsas. O baixíssimo rendimento por planta e os poucos frutos extremamente concentrados são a chave aqui.
Idealizada por Francisco Gillmore em 1990 quando chegou à árida costa do Valle del Loncomilla, no Maule, para instalar um projeto de vinhos de alta gama, a vinícola que ostenta seu nome é uma das fundadoras do MOVI e referência na vitivinicultura artesanal do país.
Ediçãolimitadíssima – foram apenas 1500 garrafas produzidas – o Gillmore Aglianico del Maule2018 é um vinho que mostra a que veio desde o primeiro gole. A criação do casal de enólogos Andrés Sanchez e DaniellaGillmore é musculosa mas mais elegante que os exemplares italianos. O envelhecimento por longos 18 meses em barricas de carvalho confere complexidade ao corpo já intenso, de perceptíveis 14.4% de álcool, acidez fresca e taninos firmes.
Os aromas são de frutas negras silvestres, em que amora e mirtilo se mesclam a um gostoso toque de cassis. Em seguida têm-se tons de chocolate e grãos de café, envoltos em especiarias doces e uma marcante nota floral. Em boca a fruta e as especiarias se confirmam, com ótima intensidade e concentração. O final é de boa duração, com as notas defumadas se destacando.
O rótulo chamou a atenção do Guia Descorchados, de Patrício Tapia, que premiou a ótima safra com 93 pontos e o descreveu como “um tinto de taninos pujantes e firmes, unidos a uma acidez salivante, que mantém a tensão do início ao fim.”
A dica é: se possível, compre duas garrafas. Uma a ser degustada agora e que trará toda a estrutura tânica e as notas de fruta macerada, flores secas e de defumação características da casta. E uma segunda ampola para esquecer na adega e desarrolhar em alguns anos, quando tudo estará mais domado e equilibrado, propiciando uma nova e sensacional experiência.