Degustação de vinhos às cegas: a busca pela neutralidade
30 de setembro - 2016
A procura de informação sobre degustação de vinhos é cada vez maior. A relação dos brasileiros com a bebida é relativamente recente, por isso é natural que a busca pelo entendimento - antes de consumir - seja o primeiro passo a ser dado. E nessa jornada, a primeira palavra que os iniciantes no vinho encontram é “degustar”. Ora, uma degustação de vinho nada mais é do que o encontro da emoção com a razão. Como assim?
Degustação às cegas e degustação às claras
Degustar o vinho é apreciá-lo com atenção. O prazer de saboreá-lo está ligado às nossas emoções e agrada nossos sentidos. Por outro lado, a prática degustativa, ou seja, quando buscamos compreender em detalhes sua estrutura, nos leva a ser um pouco mais analíticos e racionais. Com o tempo de estrada, essa racionalidade entra no automático e o equilíbrio entre emoção e razão se torna natural. Dito isso, lembramos que humanos não são máquinas, e a degustação não é uma análise laboratorial. Também somos influenciáveis em boa medida, o que nos pode levar a cometer alguns equívocos. A prática da degustação às cegas tem esse objetivo. Tentar diminuir as influências inerentes a todo ser humano, de forma que a análise do vinho possa ser mais neutra, e assim, sirva de referência para um maior número de pessoas. Alguém pode se perguntar: por que, então, todas degustações não são às cegas? Ora, um degustador profissional tem como princípio a imparcialidade e seu esforço justamente é cultivá-la a cada dia. É perfeitamente possível degustar vinhos às claras e ao mesmo tempo usar das informações que ela nos fornece para realizar uma análise mais completa. É como um quebra-cabeça, que aos poucos vai se formando. Na degustação às cegas, normalmente as garrafas de vinho são encobertas, de modo que nenhuma informação é passada ao degustador. A análise fica restrita à experiência do beber. É e foi muito usada em concursos, como o famoso Julgamento de Paris, na década de 1970. As duas maneiras têm suas vantagens, por isso o melhor conselho é: pratique ambas. Isso vai fazer com que você se conheça cada vez mais e refine seus sentidos.
Análises sensoriais do vinho
Para uma perfeita degustação é necessário observar os detalhes de cada etapa. Vamos listar os pontos a serem considerados: Análise visual – clareza, brilho, cor primária e secundária, sedimentos e as chamadas “lágrimas do vinho”; Análise olfativa – possíveis falhas, aromas primários, secundários e bouquet (terciários); Análise gustativa – corpo, doçura, fruta, madeira, tanino, acidez, álcool, persistência, tipicidade, equilíbrio e complexidade. Para aprofundar o assunto, elaboramos um material que pode ajudar.
E-book Degustação Profissional: passo a passo
Divulgar a cultura do vinho faz parte de nossa missão, por isso preparamos um material que pode ajudar a entender melhor os detalhes da degustação de vinhos. Nesse e-book, cada detalhe acima citado é analisado de forma clara e abrangente, e esperamos que acrescente mais conhecimento aos nossos leitores. Aproveite e saúde!
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Esta semana, nosso destaque vem do coração do Valle del Maule e é fruto da Casa Donoso.
Esta excelente vinícola chilena foi fundada em 1960 por Lucia Donoso, combinando tradição e inovação em uma das regiões vitivinícolas mais antigas do Chile. Desde 2011, está sob o comando de um grupo de investidores liderado pelo empresário Jorge Selume, que impulsionou o crescimento, sem abrir mão da qualidade.
Com sede em Talca, a Casa Donoso cultiva seus próprios vinhedos em quatro locais diferentes, localizados entre a costa e os contrafortes da Cordilheira dos Andes — aproveitando ao máximo a diversidade de microclimas da região. Algumas de suas vinhas já beiram os 80 anos.
O Bourbon Barrel Family Reserve é uma grande novidade do seu portifólio. É um corte robusto de 85% Cabernet Sauvignon com 15% Carmenere. Parte do vinho é maturada 6 meses em barricas de carvalho americano e depois mais 2 meses em barris previamente usados para bourbon — escolha ousada, que o torna instigante na taça.
Os aromas revelam frutas negras maduras, como ameixa e amora, acompanhadas por um leque refinado de especiarias — zimbro, canela e nibs de cacau — além de sutis toques de ervas frescas, que trazem vivacidade ao conjunto.
Em boca, mostra corpo generoso e textura sedosa. Os taninos são macios, bem integrados à acidez suculenta e ao perfil com grande profusão de frutas negras. As notas especiadas reaparecem com elegância, conduzindo a um final longo, equilibrado e muito prazeroso.
Este vinho está incrível e merece um espaço na sua Adega Virtual. Aproveite a oportunidade e garanta o seu Casa Donoso Family Reserve 2022.
Por décadas ofuscada pela sua "filha" mais famosa – Cabernet Sauvignon – a Franc saiu das sombras quando vinhos oriundos de Gualtallary revelaram uma faceta até então desconhecida desta importante e secular cepa de vitis vinifera.
Menos herbácea e mais opulenta que no Loire, onde é a tinta de excelência, a Cabernet Franc de Gualtallary logo conquistou os holofotes. Os vinhos da região estão em alta! Um bom punhado deles frequentemente fatura notas na faixa 95-100 pontos.
É o caso do que entregamos a você hoje: Matias Riccitelli Gualtallary Cabernet Franc 2022.
Filho do renomado Jorge Riccitelli, Matias herdou não só a paixão pelo vinho, mas também a tenacidade e anseio constante por inovação. Em suas palavras, “fazer vinhos não é para covardes.” Sorte nossa, enófilos, que podemos desfrutar de sua coragem e absoluta perícia no tinto em questão.
Essa mescla entre talento e terroir, gera aqui uma soma onde 1 + 1 é bem superior a 2!
Fruto de vinhas inseridas em solos calcários, na altitude aguda de 1.400 metros (no sopé dos Andes), o Cabernet Franc de Riccitelli é fermentado em concreto com leveduras autóctones. A maturação emprega barricas francesas de diferentes usos, buscando uma integração precisa entre fruta e madeira.
E que belíssimo vinho temos na taça!
A tipicidade da casta grita alto no aroma, com um amplo leque de frutas vermelhas maduras, como morango, cranberry e cereja do bosque. Some aí notas de grafite, folha de tabaco, pimenta rosa e um leve tostado.
Na boca é amplo, com os taninos sedosos e a excelente acidez equilibrando bem a intensidade da fruta, que mostra aqui um perfil mais fresco. É um vinho que preenche a boca e parece não querer ir embora...
Ótimo para ser degustado agora, combina todos os atributos para também envelhecer majestosamente. Fica a dica clássica: compre ao menos duas garrafas para entender essa evolução!