A palavra equilíbrio frequentemente está presente na descrição de bons vinhos. Nada em excesso e nada faltando. Mas o equilíbrio alcançado no vinho tem um preço para a videira. É preciso um pequeno e controlado estresse. Vamos entender:
Vinhos e videiras são criações humanas
Na natureza, uma videira - que é uma planta trepadeira - tende a crescer e espalhar novos brotos. Em condições favoráveis de nutrientes, água e calor, ela vai procurar a expansão vegetativa e, normalmente, não dará muitos frutos. Seu instinto vai entender que naquele lugar, tudo está perfeito para sua morada e não há motivos para se preocupar com a sobrevivência. É o contrário do que acontece com o cultivo da videira para produção de vinhos. Ela é submetida a uma situação na qual terá que “lutar” um pouco mais, sem confortos demasiados. Isso não é natural, obviamente, assim como toda a agricultura do ser humano. Na natureza todos os seres vivos interferem e se relacionam de alguma forma com seu meio. Fazendo uma analogia com uma pessoa que tenha todo o conforto possível, as chances dela não se esforçar e desenvolver novas habilidades é grande. Mas quando existem necessidade e urgência, aparecem a energia e inteligência para desbravar novos caminhos. Com as videiras também funciona assim. Vinhos bons são feitos com vinhas que passaram por algum estresse hídrico e – importante dizer – controlado! O objetivo é diminuir o seu vigor natural e não incentivar a produção de novos brotos e raízes superficiais. Um crescimento vigoroso faz com que as uvas aumentem de tamanho e diminuam as características químicas desejadas para a produção de um bom vinho.
Ilustração por Jason Holley
A fotossíntese produzida pelas folhas é transformada em sacarose.
A água então, transporta a sacarose por toda a planta.
Aos poucos esse tipo de açúcar se transforma em glicose, e em seguida, em frutose, que são os açucares passíveis de fermentação. O açúcar é muito importante porque é através dele que as leveduras produzirão o álcool.
O estresse hídrico
Toda videira precisa de água, mas em Bordeaux e alguns locais na Toscana, ela (água) precisa vir naturalmente pela chuva. A irrigação é proibida por lei para vinhas antigas, a não ser em casos extremos. Para os europeus é uma forma de manter o terroir. Em outros países não existem regras tão rígidas, em parte porque a produção de vinhos nesses lugares só será possível se os vinhedos forem regularmente irrigados. Portanto a gestão do estresse é fundamental. Em síntese, o estresse hídrico significa que o nível de água ficou abaixo de um ideal de sobrevivência para a planta. Isso é importante porque ela responde desenvolvendo raízes mais profundas para buscar água. Com isso, produzirá menos folhas e se concentrará em se reproduzir (o que, no caso de um vegetal, significa produzir frutos). Essa situação, aliada com o calor do sol, trará um aumento de açúcar, antocianinas e compostos fenólicos na uva. O cuidado é grande em busca de um equilíbrio ideal porque se a temperatura do clima for muito alta, e houver pouca água, a planta simplesmente “desliga” a fabricação dos frutos e tudo se perde. O enólogo acompanha todo o processo, medindo a umidade do solo, para que quando a maturação estiver equilibrada, a colheita possa começar.
Fases da maturação nas uvas
Maturação Fenólica - É a quantidade e qualidade dos polifenóis presentes. Com um estresse controlado de água há o aumento dos compostos fenólicos.
Maturação Aromática – Grande parte dos compostos aromáticos estão na pele das uvas. O estresse hídrico e o aumento da temperatura na planta ajudam a enriquecer os aromas.
Maturação Enológica/Tecnológica – é o momento ideal para a colheita, onde as uvas apresentarão uma estabilidade dos açúcares e acidez. Esse equilíbrio é desejável na produção de bons vinhos.
Conclusão
Se fizermos um paralelo com a vida humana, talvez não existam grandes recompensas se não houverem esforços. Sair da zona de conforto é a forma de produzir bons frutos. Para as videiras é o estresse hídrico, na intensidade e no tempo certo, que dará ao enólogo os recursos ideais para produzir bons vinhos. Equipe VinumDay • um vinho para cada dia
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Nosso garimpo semanal vem do país da bota, mais especificamente do nordeste da Sicília, nas encostas majestosas do Monte Etna. Um tesouro vulcânico, fruto de uma viticultura heroica.
É elaborado a partir de vinhedos terraçados com rocha vulcânica, com altitude de variando entre 600-800 metros, inseridos em solos de lava, cinzas e lapilli. O ambiente é tão inóspito que muitas videiras são plantadas em pé-franco, pois nem mesmo a filoxera conseguiu sobreviver neste local.
Seu produtor tem pedigree: Alta Mora é um projeto da Cusumano, uma das famílias mais renomadas da viticultura siciliana.
O Alta Mora Etna Rosso 2022 é elaborado exclusivamente com Nerello Mascalese, uma cepa autóctone da Sicília, que oferece elegância e complexidade excepcionais. A variedade é frequentemente comparada à Nebbiolo e à Pinot Noir, tanto por dar vida a tintos elegantes, que expressam com clareza seus micro-terroirs, quanto pela capacidade de gerar vinhos que envelhecem bem.
Suas uvas são colhidas manualmente – a colheita mecânica é impossível nas encostas vulcânicas – e a vinificação fica a cargo do renomado Mario Ronco. Após a fermentação, o vinho envelhece em botti de carvalho por um período médio de oito meses.
Na taça temos um tinto luxuoso, com aromas inebriantes de cerejas frescas, cranberry e amoras, que ganham a complexidade notas minerais (pedra quente) e sanguíneas. No segundo plano, um belo pot-pourri de flores de bosque. O paladar é cativante, com taninos finos e uma acidez suculenta, que confere vivacidade ao conjunto. Traz sabores de frutas negras, um toque cítrico de pomelo, além de nuances picantes no ótimo final.
Garanta uma garrafa na sua adega e desfrute de um dos melhores vinhos que a Sicília tem a oferecer.
A produção é super limitada, assim como a nossa oferta. Não perca tempo!
Graciano. Vinhas velhas. Produção limitadíssima. Uma das melhores safras da história. Que belo tributo ao patriarca da família Zorzal!
A história da Viña Zorzal começa em 1989, quando Antonio Sanz decide elaborar seus próprios vinhos, norteado pela meta de figurar entre os melhores de Navarra. Naquela época, Sanz dividia seu tempo entre os vinhedos e a vinícola, mas admitia preferir o trabalho no interior da adega, onde as condições eram muito mais confortáveis.
Com o passar dos anos, reconheceu que a verdadeira qualidade nasce no vinhedo — uma lição que se tornou um dos pilares da Zorzal. Ao lado de seus filhos Xabi, Iñaki e Mikel, desenha uma segunda missão: valorizar as castas autóctones de Navarra.
Entre elas, a Graciano, que logo ganha destaque internacional e se torna símbolo desse trabalho. Aqui temos um exemplar elaborado exclusivamente com esta variedade, oriunda de vinhas com 44 anos na porção de Combatillo. É fermentado com leveduras nativas e amadurecido por 12 meses em barris de carvalho francês de 300 e 500 litros.
Na taça temos um tinto carnudo e gastronômico, repleto de frutas vermelhas, especiarias picantes e notas defumadas. Traz um toque bordalês – característico da cepa – com final longo e complexo, que revela nuances balsâmicas.
O vinho é uma homenagem a Antonio: a Graciano sempre foi a variedade que mais o fascinou. Quando o degustamos, foi fácil entender o porquê.
Invista neste premiado tinto, e se permita adentrar o clube de apaixonados pela Graciano de Navarra!
P.S.: o nome do vinho – Cuatro del Cuatro – se refere à data de aniversário de Antonio (quatro de abril).