O Porquê do Barril de Carvalho na Produção de Vinhos
29 de março - 2016
O vinho envelhecido em barril de carvalho, seja francês ou americano, adquire aromas e sabores geralmente muito apreciados pelos enófilos. Essa simbiose que ocorre no contato com a madeira, tem sua maior expressão com a árvore cientificamente chamada de Quercus - o conhecido carvalho.
Carvalho francês e carvalho americano
Carvalho francês e carvalho americano
Antes de nascer um vinho, a vinícola define seus objetivos em relação ao produto que se quer elaborar. Leva-se em conta as videiras disponíveis e o público consumidor. E a resposta nem sempre terá, em seu processo, a maturação em madeira. Os benefícios mais evidentes do uso da madeira ocorrem nos vinhos tintos, que ganham em aromas não frutados. Têm também seus taninos amaciados, ao mesmo tempo que recebem a adição de mais taninos presentes nas árvores. Para esse fim, o tipo de árvore carvalho, é a preferida pelas vinícolas e enólogos. Possui características físicas flexíveis para a confecção do barril e uma granulação especial, muito apertada e pouco porosa. Originária de clima temperado para frio, esse tipo de árvore é resistente a muitos insetos e fungos. Seu crescimento lento – que chega no auge aos 150 anos de idade – se reflete num ciclo longo para a produção dos barris (e consequentemente um alto custo para as vinícolas). Os maiores produtores são a França e os Estados Unidos, mas ultimamente países do leste europeu como Hungria, Eslovênia, Romênia - e mesmo a Rússia - vem ganhando mercado. O barril de carvalho francês é feito com o tipo quercus robur e quercus petraea, que possui mais taninos que o americano, e por consequência é excelente para vinhos de longa maturação. Já o tipo americano costuma ser o quercus alba e contribui com notas mais doces e um aroma de baunilha mais evidente. A relação do carvalho e vinho é tão reverenciada que na França existe até um concurso, Alliance du Monde, dedicado somente a vinhos produzidos com barris de carvalho.
As substâncias do carvalho
O barril de carvalho pode ser usado durante a fermentação do mosto de uva, mas o mais comum é seu uso após esse processo, no envelhecimento do vinho. A microoxigenação através dos poros da madeira é apenas um dos motivos do uso de barris, afinal é possível obtê-la também em tanques de inox. A verdadeira contribuição são os aromas presentes no carvalho, que, em contato com o vinho, reage com o líquido, transformando-o. As substâncias principais responsáveis por isso são:
Vanilina – é um composto fenólico que dá o aroma de baunilha.
Eugenol e Isoeugenol – compostos aromáticos de notas de cravo, canela, noz-moscada e especiarias.
Furfural e 5-Methylfurfural – compostos orgânicos de notas aromáticas de amêndoa, caramelo e adocicados.
Guaiacol e 4-Methulguaiacol – substância oleosa presente na fumaça da madeira. Dá ao vinho notas de fumo devido a tosta do barril.
Carvalho no vinho e não vinho no carvalho
Lascas de carvalho são usadas para dar aromas na produção de vinho.
Com o aumento do consumo mundial, a demanda por barris de carvalho cresce e os preços sobem. As alternativas aos barris vêm sendo propostas nos últimos 25 anos e, como não podia de diferente, geram polêmica. Uma delas tem o seguinte raciocínio: se a área da madeira do barril em contato com o vinho é somente nas extremidades, porque não agilizar o processo adicionando lascas de carvalho tostadas no líquido? Haverá maior contato da madeira e os custos das lascas são muito menores. Bem, esse debate ainda está sendo feito, mas o seu uso foi aprovado em 2005 pela União Européia, desde que devidamente descrito no rótulo. Em 2011 um estudo espanhol, liderado pela pesquisadora Silvia Pérez-Magariño concluiu que não foram percebidas diferenças gustativas e olfativas entre vinhos produzidos em barris de carvalho ou com lascas de carvalho nos tanques de inox. Mas ao serem questionadas como aceitavam essas novas formas de produção de vinhos, a maioria foi negativamente categórica. Além da polêmica das lascas, o fato é que a madeira trabalha como um tempero para os vinhos. Se ele foi produzido em barril de carvalho ou não, depende de várias escolhas do enólogo. Nosso papel, como apaixonados enófilos, é provar e descobrir se acertaram! Equipe VinumDay • um vinho para cada dia
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Apresentamos o ArteViva Especial Angelina, um tinto autoral que carrega alma, memória e propósito.
Giovanni Ferrari cresceu entre videiras e vinhos, herdeiro de uma tradição familiar que já durava gerações. Filho e neto de viticultores, decidiu ir além: estudou Enologia, trabalhou em grandes vinícolas brasileiras — entre elas Almaúnica, Chandon e Salton — e buscou experiências no Douro e em Épernay.
Em 2019, nasceu a ArteViva, sua própria vinícola, dedicada a criar vinhos premium e super premium que unem ousadia e respeito à tradição. Um dos diferenciais da propriedade está no uso de madeiras brasileiras na maturação, sem jamais mascarar a identidade das uvas e dos terroirs do Rio Grande do Sul.
A Linha Especial presta homenagem a pessoas fundamentais na vida de Giovanni. Angelina, em memória de sua avó, celebra a força e o afeto de uma mulher que foi inspiração para sua trajetória.
O vinho é um blend de Cabernet Franc (90%) e Petit Verdot (10%), uvas da Campanha Gaúcha. Amadureceu por 12 meses em barricas de carvalho francês, americano, esloveno e também em bálsamo.
Vamos conhecê-lo?
No nariz, revela uma combinação envolvente de frutas vermelhas e negras — amora, cereja, ameixa e mirtilo — harmonizadas com notas sutis de especiarias como cravo-da-índia e zimbro, além de delicadas nuances de tabaco, tosta e um toque de sálvia.
Em boca, conquista de imediato pelo caráter elegante, com taninos finos e polidos, acidez suculenta e vibrante, que realça a pureza da fruta. O final é persistente, delicioso e equilibrado, entregando um tinto sofisticado, autêntico e pronto para brilhar à mesa.
Uma escolha certeira para quem busca alta expressão — e pelos próximos dias, com um desconto especial!
Montepulciano d'Abruzzo é sempre um vinho muito requisitado na VinumDay. E, nesta comemoração de 11 anos, ficamos muito felizes em encontrar um vinho que traduz com tanta fidelidade a tradição e a essência dessa região tão especial.
Então, vamos conhecer o vinho de hoje?
“Os tons ocres da paisagem de outono levados pelos ventos do leste. O frio intenso do inverno domina a natureza, frágil e indefesa, despojada de sua beleza, mas não de seu charme. Dias curtos e sombrios lembram uma espécie de amor esgotado, amor diminuído. A chegada da luz e da primavera traz uma nova alegria. O fogo do amor queima novamente com uma nova paixão. Nos Idos de Março a natureza se orgulha de sua grande beleza e traz uma nova esperança para a terra adormecida.” — Vincenzo de Cerchio
Foi com essas palavras, escritas em 1910, que Vincenzo de Cerchio descreveu o cenário arrebatador de Abruzzo, ao decidir se estabelecer na região. Um século depois, em 2010, seu bisneto Federico de Cerchio fundou a Idi di Marzo, em homenagem à memória e à paixão de Vincenzo.
Instalada em Villamagna — que dá nome a uma DOC reconhecida como verdadeiro cru do Montepulciano d’Abruzzo —, a vinícola cultiva não apenas essa casta emblemática, mas também outras variedades autóctones italianas. Toda a produção segue os princípios da viticultura orgânica e a filosofia da fermentação espontânea, com leveduras nativas, que garantem aos vinhos autenticidade e um perfil aromático inconfundível.
O Montepulciano d'Abruzzo Amarne Family Selection nasce de uma rigorosa seleção de uvas Montepulciano cultivadas na propriedade Idi Di Marzo. O vinho amadurece por 6 meses em barricas de carvalho francês e da Eslavônia, seguido de mais 3 meses em garrafa, antes de ser lançado ao mercado.
Na taça, revela toda a sua imponência: aromas intensos de amora, mirtilo e ameixa, entrelaçados com notas de cravo e noz-moscada, toques elegantes de torrefação, cacau e delicadas nuances florais e terrosas.
Em boca, é denso, encorpado, com acidez vibrante e taninos sedosos. Exuberante em sua concentração de sabores, prolonga-se em um final delicioso, longo e persistente — um vinho que parece não querer se despedir do paladar.
Um exemplar simplesmente incrível, que também arrematou ótimas notas da crítica: 97 de Luca Maroni, 94 de Raffaele Vecchione, 91 de James Suckling, 90 na Wine Enthusiast, além de uma incrível média de 4,2 estrelas no Vivino.
Sem sombra de dúvida, um vinho que vale cada centavo!