O Objetivo da Guarda do Vinho

16 de fevereiro - 2016

O Objetivo da Guarda do Vinho

Diferentemente dos vinhos chamados “de entrada”, que são feitos para atender a grande massa de consumidores, os vinhos de média e alta gama têm objetivos mais ambiciosos. Se os primeiros oferecem a simplicidade de “uma nota só”, os demais, através do envelhecimento, nos prometem algo diferente. Mas qual é a “música” que podemos esperar de um vinho de guarda?

Vinhos conversam com o tempo

Para quem não é músico, tocar acordes num piano não é um desafio impossível, mas um concerto inteiro de Beethoven é certamente um feito muito mais complicado! São necessárias incansáveis horas de prática diária, até que se atinja o nível técnico para executar a obra. A complexidade aumenta, assim como o quantidade de elementos envolvidos. Ou seja, é necessário tempo para maturar a habilidade do intérprete. Assim acontece com bons vinhos depois da guarda. Eles oferecem o prazer da complexidade. São aromas e sabores que se multiplicam fazendo nos perguntar de onde veio tudo isso. A palavra que resume o processo de guarda, ou envelhecimento do vinho, é transformação. O vinho literalmente se transforma. Com o tempo as dezenas de substâncias ali presentes começam a conversar entre si. Durante essa festa química as cores são alteradas e os taninos e a acidez diminuem. Os álcoois e ácidos em contato com o oxigênio formam ésteres e aldeídos. O vinho evolui, atinge seu auge e está pronto para aguçar nossos sentidos. O potencial de evolução depende de muitos fatores, e não é uma ciência exata. Mas podemos dizer que o tripé básico seja: água, álcool e compostos fenólicos (tanino). Essas características são as consequências do histórico de vida daquelas uvas, combinadas com as manipulações intencionais do enólogo. O terroir (clima e solo, em particular) interfere na formação do fruto - alterando componentes como espessura da casca, quantidade de açúcares e grau de maturação – o que se traduz na qualidade da safra. Se chover pouco, por exemplo, pode haver um aumento dos açúcares e compostos fenólicos, fazendo com que se favoreçam as condições para a guarda. Em síntese, bons vinhos sempre se beneficiarão de uma “janela de maturação”. Poderíamos dizer que eles são o resultado entre as combinações: 

terroir-carvalho-vinificação

Terroir – Termo utilizado para definir uma complexa gama de fatores que afetam a biologia da videira, tais como: clima, solo, exposição solar, altitude, condução das vinhas, etc. Carvalho – A maioria dos vinhos de guarda passa pela maturação em barris de carvalho, que acrescenta aromas e sabores. O carvalho também ajuda a suavizar os taninos pela micro-oxigenação através dos poros da madeira. Vinificação – De acordo com as características da safra, cabe ao enólogo tomar a decisão sobre os processos que terá a vinificação. Algumas etapas importantes envolvem a realização (ou não) da fermentação malolática, o tempo de maturação em carvalho, e também o tempo que o vinho deverá envelhecer em caves (depois de engarrafado).

A contagem da guarda para os vinhos

Um equívoco que muitos cometem é contar a guarda a partir do ano da safra. O correto é a contagem a partir do momento que o vinho foi disponibilizado para consumo. Isso porque vinhos de safras iguais podem ser engarrafados em anos diferentes devido aos processos de maturação na vinícola. Em muitos casos, a informação do engarrafamento pode ser encontrada no contra-rótulo, mas caso não tenha, procure a ficha técnica que todo produtor oferece ao colocar o vinho no mercado. Lá, ele projeta um tempo de guarda para sua evolução. A VinumDay disponibiliza uma estimativa de guarda para todos os vinhos anunciados, que pode ser conferida ao clicar em "saiba mais sobre este vinho", na nossa homepage.

Degustar ou beber vinho

A complexidade que o vinho adquire depois da maturação não servirá de nada se o nosso paladar não estiver treinado. Com a prática, a degustação aflora nossos sentidos e as análises visual, olfativa e gustativa ficam cada vez mais prazerosas.  Com o passar do tempo - e algumas taças - mesmo se você estiver despretensiosamente comemorando com os amigos, seus sentidos estarão atentos a todas as características do vinho. É só brindar. Saúde!   Equipe VinumDay • um vinho para cada dia

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Vitivinicultura x Mudanças Climáticas

Vitivinicultura x Mudanças Climáticas

Você já pensou nas consequências que as mudanças climáticas estão trazendo para a vitivinicultura ao redor do mundo?Se você é um amante do vinho, prepare-se para um panorama que vai te surpreender!Até pouco tempo atrás, ninguém imaginava que estudar mudanças climáticas seria essencial para o universo do vinho. Mas, cá estamos! O clima está mudando e precisamos agir, seja prevenindo, seja mitigando os impactos. Secas, chuvas intensas, geadas tardias e até inundações têm sido cada vez mais frequentes, algo que não víamos há algumas décadas.De acordo com o último relatório do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), a temperatura média da superfície da Terra pode subir até 4°C nos próximos 80 anos, se nada for feito para conter as mudanças climáticas. Para você ter uma ideia, entre 1900 e 2020, a temperatura aumentou "apenas" 1,1°C. Ou seja, estamos falando de um aumento quatro vezes maior em menos tempo. Assustador, né?E quanto ao vinho, o impacto já é evidente: maior concentração de açúcares nas uvas, regiões já quentes ficando ainda mais quentes, uvas sobremaduras, vinhos com maior teor alcoólico, pH elevado e mais suscetíveis a contaminações. Por outro lado, regiões mais frias, que antes não eram ideais para o cultivo de uvas, agora estão se destacando, como o Sul da Inglaterra, famoso por seus espumantes.Os próximos anos vão exigir bastante estudo e inovação: castas mais resistentes à seca, porta-enxertos alternativos, novas regiões de cultivo, reutilização de água tratada e práticas sustentáveis em todas as etapas, da vinha até a garrafa.A Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) está ligada nesse movimento e criou, em 2021, um grupo de trabalho sobre Desenvolvimento Sustentável e Mudanças Climáticas para estudar a fundo o tema. Aqui estão algumas das recomendações que vêm sendo desenvolvidas:  Estratégias de adaptação do setor vitivinícola às mudanças climáticas - Resiliência;Definição e recomendações da OIV para Agroecologia no setor vitivinícola;Viticultura de montanha e encostas íngremes;Conservação da natureza e da biodiversidade no setor vitivinícola;Importância da biodiversidade microbiana no contexto de viticultura sustentável;Sustentabilidade e ecodesign na adega;Revisão de metodologias para cálculo da pegada hídrica em vinhas;Recomendações metodológicas para contabilização do balanço de gases de efeito estufa no setor vitivinícola;Viticultura em zonas áridas;Práticas biodinâmicas: identificação e aplicação na viticultura. É um trabalho enorme, e exige que a gente coloque em prática o máximo de medidas possíveis para reduzir o impacto global!Deixo uma frase para reflexão, de um grande especialista no tema:“A evidência científica é inequívoca: as mudanças climáticas são uma ameaça ao bem estar do ser humano e à saúde do planeta. Qualquer atraso em uma ação climática conjunta provocará uma perda na breve e rápida janela aberta para garantir um futuro habitável.” Hans-Otto PörtnerFernanda SpinelliSommelier Internacional FISARWSET 3 em VinhosDelegada Científica Brasileira na OIVFoto: Javier Allegue Barros | Unsplash
Vinho da China?! Sim!

Vinho da China?! Sim!

A China não fica para trás quando se fala em produção. É claro que pensando em vinhos, já dominam também a arte.Atualmente, é um importante país produtor de vinhos tintos, principalmente das castas Cabernet Sauvignon, Merlot e Carmenère, deixando um pequeno espaço para a produção de vinhos brancos e rosados. Além das variedades internacionais, a China tem as suas próprias espécies autóctones, como a V. amurensis, resistente ao frio.Entretanto, a maior parte da viticultura da China é dedicada às uvas de mesa (frescas ou passas), que geram retornos mais atrativos aos produtores do que as uvas para vinhos finos.Apesar da expansão na década de 1980, a produção de vinhos na China também vive racionalização na era das medidas “anti-extravagância” do Presidente Xi Jingping. A influência política por lá é bastante forte, todos sabemos.Quanto ao clima, devido a ampla extensão país, entre as regiões vinícolas de Heilongjiang, no nordeste, e Yunnan, no sul, as regiões podem ter climas muito diferentes. Quase todas as regiões vitivinícolas da China apresentam clima continental marcado com invernos frios e áridos.  Um fato curioso é que a maior parte das vinhas devem ser enterradas para sobreviver às baixas temperaturas do inverno, assim como às condições muito áridas. As fortes chuvas de verão também afetam a maioria das regiões vinícolas chinesas, embora em algumas regiões a precipitação total seja pequena.Entre as regiões destacam-se: Heilongjiang, Jilin, Beijing, Hebei, Shandong, Shanxi, Shaanxi, Ningxia, Xinjiang, Gansu e Yunnan. Quando pensamos em vinificação, o modelo seguido normalmente é o estilo bordalês francês, tendo tido uma boa evolução de qualidade na última década.Certamente muitos que lerão este texto nunca provaram um vinho chinês. Quem sabe eventualmente surja esta oportunidade?!Créditos imagem: Unsplash - Jennifer Chen
Vamos falar sobre variedades francesas?

Vamos falar sobre variedades francesas?

Famosas, versáteis e amplamente conhecidas, as variedades francesas fazem sucesso nos mais variados países.Na França estão fortemente associadas às suas regiões vinícolas individuais, sendo as dez principais: Tintas:Merlot: de brotação precoce e maturação média, atinge níveis mais elevados de açúcar e, portanto, mais elevados de maior potencial alcoólico. Sua baga tem maior volume que a Cabernet Sauvignon. Apresenta, em geral, uma intensidade média a pronunciada de carga frutada (morango e ameixa vermelha com sabores herbáceos em clima frio; amora cozida, ameixa-preta em clima quente), taninos médios e álcool médio a alto.Grenache Noir: de maturação tardia, precisa de clima quente para sua maturação plena. As uvas podem acumular rapidamente níveis elevados de açúcar, o que pode ser um problema em vinhos secos. Seus vinhos apresentam, em geral, coloração rubi pálida, aromas de frutas vermelhas maduras, como morango, ameixa, cereja, notas de especiarias e ervas, alto teor alcoólico, taninos baixos a médios e baixa acidez.Syrah: de brotação tardia e maturação média, seus vinhos normalmente apresentam cor rubi profunda, aromas e sabores de intensidade média a pronunciada, com destaque para violeta, ameixa (vermelha em anos e locais mais frios, preta em anos e locais mais quentes), amora, pimenta-preta e notas herbáceas. A acidez e os taninos variam de médio a alto. Cabernet Sauvignon: de brotação e maturação tardias, tem película grossa, com alto teor de taninos, e menor tamanho que a sua parceira de blends bordaleses, a Merlot. Apresenta aroma normalmente pronunciado de violetas, frutas pretas como groselha preta, cereja preta e mentol ou herbáceo, tem álcool médio, acidez e taninos altos.Cabernet Franc: de brotamento precoce e maturação média, deve ser colhida madura o suficiente para não ter aromas excessivamente herbáceos. Normalmente seus vinhos apresentam intensidade média a pronunciada de frutas vermelhas, como groselha, framboesa, floral de violetas, corpo leve a médio, taninos médios e acidez elevada.Carignan: de brotação e maturação tardias. Os vinhos normalmente têm cor rubi médio, com frutas como amora, acidez e taninos altos. Alguns exemplares premium apresentam também frutas negras intensas, com especiarias e notas terrosas.Pinot Noir: de brotação e maturação precoce, é uma varietal delicada, que amadurece bem em regiões frias. Seus vinhos normalmente entregam notas de morango, framboesa e cereja vermelha, se houver passagem por barricas, sabores leves derivados de carvalho (fumaça, cravo), taninos baixo a médio, álcool médio e acidez elevada. Podem desenvolver notas de terra, caça e cogumelos com o envelhecimento. Brancas:Ugni Blanc: a branca mais produzida na França, varietal utilizada na elaboração de brandy's, Cognac e Armagnac no sudoeste do país.Chardonnay: variedade versátil, de brotação e maturação precoce. Em climas frios, como na Borgonha, os vinhos têm notas maçã, pêra, limão e lima, corpo leve a médio e acidez elevada (ex. Chablis). Em climas moderados, os vinhos apresentam citrinos maduros, melão e frutas de caroço, corpo médio a médios (+), com acidez média (+) a alta (Côte d’Or).Sauvignon Blanc: de brotação tardia e maturação relativamente precoce, os vinhos elaborados a partir da Sauvignon Blanc apresentam tipicamente aromas de intensidade pronunciada de gramínea, pimentão e aspargos com sabores de groselha e toranja (áreas mais frias) até maracujá maduro (áreas mais quentes). Normalmente tem corpo e álcool médio e acidez alta. É claro que várias outras castas autóctones são encontradas no país, mais adiante desbravaremos esse mar de variedades.Saúde!Créditos Imagem: Unsplash (Al Emes).

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Relvas Alentejo DOC

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Com um consumo per capita de vinho de dar inveja (cerca de 61 litros per capita), Portugal é um dos países vitivinícolas mais tradicionais e respeitados do mundo. Com uma enorme diversidade de castas autóctones — mais de 250 variedades únicas — e regiões vinícolas distintas como o Alentejo, o país produz vinhos com identidade própria e reconhecida internacionalmente.

Esta semana retorna ao nosso palco o estimado - Relvas Alentejo DOC 2021, atendendo aos inúmeros pedidos de nova oferta. 

Garanta o seu rapidinho, antes que o estoque termine.

Mas se e precisar, relembre esse delicioso português através de sua apresentação anterior, redigida pela nossa sommelier Fernanda Spinelli:

Com 20 anos de atividade, a Casa Relvas tornou-se uma das mais importantes vinícolas do Alentejo e um representante icônico de Portugal no Brasil.

É uma empresa totalmente familiar, que registra números impressionantes: são geridos 750 hectares de floresta, 250 de olivais e 350 de vinhedos. Vale destacar que o maior reconhecimento de qualidade ocorreu em 2016, quando 10 de seus exemplares ganharam notas superiores a 90 pontos de Robert Parker.

São vinhos de um incrível custo-benefício, oriundos das planícies de Évora, onde os melhores são rotulados com o selo Alentejo DOC.

Casa Relvas Alentejo DOC 2021 consiste em um blend entre Aragonez, Alicante Bouschet, Trincadeira e Castelão, com estágio de 6 meses em carvalho francês.

Na taça nos deparamos com um tinto repleto de frutas vermelhas maduras (cereja, ameixa, amora), especiarias adocicadas e picantes (baunilha, canela, pimenta-preta), cacau e traços de café.

Na boca se apresenta harmônico e elegante, do início ao fim. A acidez é fresca e ao ponto, os taninos são macios e seu final é longo e delicioso, onde há predominância das frutas vermelhas maduras, extremamente apetitosas, com o surgimento de notas balsâmicas nesta nova degustação. =)

No seu valor normal de mercado já o consideramos um ótimo investimento, mas com o excelente desconto que arrematamos, se torna imprescindível!

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Contracara Blend

2021

O imperdível Contra Cara Blend da Bodegas Callia chegou na VinumDay!

Este poderoso corte entre Malbec e Cabernet Sauvignon, oriundo de San Juan, na Argentina, está se superando a cada nova versão.

A safra 2021 recebeu 91 pontos no Decanter World Wine Awards e também na Revista Adega — notas incríveis para um vinho nessa faixa de preço.

A Callia é uma das vinícolas mais importantes de San Juan. Pertencente ao grupo Salentein, cultiva videiras em alguns dos melhores terroirs da região: Tulum, Zonda, Pedernal e Calingasta.

Para a linha Contra Cara, o enólogo senior - Gustavo Daroni - escolheu uvas do Valle de Pedernal, uma área de clima árido, com mais de 300 dias de sol por ano e altitudes que chegam a 1400 metros.

As duas castas foram colhidas com cerca de duas semanas de intervalo e vinificadas separadamente. A fermentação ocorreu em tanques de aço inox e foi seguida por um estágio de 6 meses em carvalho francês e americano, além de outros 3 meses de repouso em garrafa antes do lançamento.

Na taça, o vinho surpreende com sua elegância: aromas de frutas negras, como cassis e amora, se combinam a um floral de violetas, finalizando com nuances de especiarias, como cravo e cacau.

Em boca, revela equilíbrio e profundidade. A acidez é viva e refrescante, os taninos são finos e bem integrados, e os sabores — marcantes e bem definidos — se desdobram em camadas. As frutas escuras ganham protagonismo, seguidas por uma delicada mineralidade que remete ao grafite.

Sem dúvida, um exemplar surpreendente dentro de sua faixa de preço.

Daqueles vinhos que valem a pena ter em caixa — para abrir sem pensar duas vezes.

Aproveite!

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