Cada enólogo ou vinícola, busca compreender a ciência do vinho (enologia) e através dela desenvolver seu modus operandi na fabricação da bebida. Investigam minuciosamente os detalhes dos processos porque são eles que criam uma assinatura e forjam as personalidades dos vinhos. Ainda assim, mesmo com algumas diferenças na sequência, as etapas básicas são as mesmas para grande maioria dos vinhos. Em relação aos macroprocessos, os vinhos são divididos em: aqueles com carbonatação natural ou injetada (espumantes), sem carbonatação (tranquilos) e os vinhos doces (fortificados ou licorosos - que possuem processos especiais). Abaixo veremos como é feito o vinho em suas principais etapas:
As etapas na fabricação do vinho: do vinhedo ao engarrafamento.
1º Passo: escolha do terroir e das castas
A escolha do terroir envolve diretamente as condições geoclimáticas. É o primeiro passo, porque tudo o que ocorre naquele ambiente afetará o crescimento e desenvolvimento da variedade da casta escolhida. Essas decisões nunca são tão analíticas, pois somente os testes em campo conseguem chegar a conclusões mais precisas. Após a escolha da casta, é decidido como serão plantadas as vinhas e a distância entre as mudas. Essa etapa é crucial porque a produtividade esperada está fortemente ligada à utilização dos recursos naturais locais. Cada variedade de uva vitis vinífera possui suas próprias características, mas podemos dizer que os primeiros frutos aparecem até os primeiros cinco anos. Vejas as 10 uvas mais plantadas hoje no mundo:
Cabernet Sauvignon
Merlot
Airen
Tempranillo
Chardonnay
Syrah
Garnacha tinta
Sauvignon Blanc
Trebbiano Toscano
Pinot Noir
2º Passo: colheita (vindima) e desengace dos cachos
O momento da vindima, ou seja, a colheita da uva, é decidido através das análises do enólogo sobre a composição do fruto em relação a quantidade de ácidos, açúcares e taninos. Os frutos são influenciados diretamente pelas condições climáticas - chuva, frio, umidade, calor, geada - portanto, o momento certo da colheita vai depender também do clima. Por exemplo: se há uma previsão de chuva após um período de grande umidade, convém antecipar a colheita para evitar doenças causadas por fungos como o Míldio(Plasmopara vitícola). O calendário da colheita, normalmente fica entre agosto e outubro para o hemisfério Norte, e de fevereiro a abril no hemisfério Sul. Muitos produtores ainda fazem a colheita da forma tradicional, ou seja, manualmente; principalmente na elaboração de vinhos de alta gama, que demandam um cuidado maior com os frutos. Mas a partir dos anos de 1960, o uso de máquinas na colheita de grandes áreas plantadas tem sido frequente. Esse método diminui os custos, mas pode comprometer o estado das uvas. Após a colheita, os frutos são selecionados e separados das hastes: é o desengace.
Colheita manual da uva para elaboração de vinho.
3º Passo: esmagamento e primeira fermentação (alcoólica)
A cena clássica de trabalhadores esmagando uvas com os pés é conhecida por todos. Hoje são usadas prensas especiais que possuem regulagens de pressão durante o esmagamento. Esse processo rompe com as peles (cascas) e libera o conteúdo das bagas, formando o mosto de uvas. Ao contrário dos vinhos tintos, onde as cascas permanecem durante a próxima etapa, nos brancos elas são separadas - a exceção é o vinho laranja. Feito isso, o mosto vai para os tanques onde ocorre a fermentação alcoólica através das leveduras (fungos) presentes nas uvas. Essas são chamadas de levedurasnativas ou indígenas. São elas que processam os açúcares (fermentação) produzindo o álcool do vinho. Além das nativas, é possível adicionar leveduras comerciais específicas para ajudar a controlar o resultado da fermentação.
4º Passo: estabilização a frio e calor
Caso haja o aparecimento de cristais, devido ao ácido tartárico, é feita então uma estabilização a frio. O vinho é resfriado em temperaturas abaixo de zero grau, o que estabiliza a ação dos micro-organismos e torna-o mais límpido. Já a estabilização pelo calor, tem como objetivo não apenas esterilizar, mas também atuar nas proteínas e na redução ou oxidação; causando uma maturação repentina no vinho.
5º Passo: vinho de prensa
Após a fermentação alcoólica, a parte sólida do mosto é separada e passa por uma prensa. O líquido derivado da prensagem (vinho de prensa) é de qualidade inferior ao que ficou nos tanques de fermentação. Não é sempre, mas ele poderá ser misturado ao vinho principal. Normalmente, o vinho de prensa não ultrapassa 15% da mistura final.
6º Passo: fermentação malolática e maturação
A fermentação malolática, também chamada de segunda fermentação, é o processo de transformação do ácido málico - presente na composição das uvas - em ácido lático. Esse processo ocorre através de bactérias láticas adicionadas e tem como objetivo principal suavizar os taninos. Veja mais sobre fermentação malolática. Os vinhos então, são acondicionados em barris de carvalho, inox ou cimento, para que ocorra a maturação. Vale observar que estamos falando de processos básicos, pois cada estilo de vinho pode passar por alguns microprocessos específicos, ou por um tempo diferente em cada etapa.
7º Passo: testes de laboratório
Os testes são feitos nos laboratórios - na maioria das vezes dentro das próprias vinícolas - para medir os níveis de açúcar (Brix), o Ph (acidez e alcalinidade), açúcar residual, dióxido de enxofre, acidez volátil e porcentagem de álcool. São analisados vários lotes diferentes, e a partir dos resultados o enólogo decide como será a mistura para o vinho final.
Análises laboratoriais dos lotes de vinhos.
8º Passo: mistura e colagem
Após os testes anteriores, alguns lotes podem ser misturados com o objetivo de equilibrar ou trazer preponderância para alguma característica do vinho. É feito o que chamamos de colagem, ou seja, é como se fosse as peças de um quebra-cabeças a ser montado. Esse processo pode ser elaborado tanto em vinhos varietais como em vinho de corte. O que conta são as qualidades dos lotes obtidos e como colá-los numa composição que resulte em um vinho memorável.
9º Passo: conservantes sulfitos
A adição do dióxido de enxofre (SO2) no vinho ocorre na forma de ácido sulfuroso - não de gás, que é prejudicial a saúde – e tem como função a conservação do vinho. Em pequenas partes, esse composto químico já está presente no vinho de forma natural. Ele cessa o trabalho das leveduras, ajuda na esterilização e é o principal conservante usado na fabricação dos vinhos. É identificado pelo código INS 220.
10º Passo: filtração
Nem todos os vinhos passam por filtração. Esse processo pode ocorrer quando se pretende uma clarificação, que é a remoção de resíduos. São usados filtros com membranas muito pequenas (menores que um milésimo de milímetro) que barram as partículas, inclusive bactérias. A filtração do vinho também ajuda na estabilização microbiana, fazendo com que ele tenha níveis mínimos de ações dos micro-organismos.
11º Passo: engarrafamento
A etapa final é o engarrafamento. Através das máquinas envasadoras, as garrafas são enchidas, fechadas com rolhas ou screw cap, e os rótulos são colados. Elas seguem para a adega até a distribuição comercial.
Engarrafamento dos vinhos.
Conclusão
Esses são os principais processos que o vinho percorre até a comercialização. A partir daí, ele fica à espera de seu novo dono, enquanto segue silenciosamente em suas mutações. Muitos estarão prontos para beber; enquanto outros, com qualidades especiais, deverão envelhecer para chegar ao seu ápice. Sua vida atinge o auge quando dá prazer aos degustadores. E se os prazeres forem memoráveis, não faltarão degustadores para lhes fazer companhia.
A cada dia oferecemos um vinho por um preço super especial (em 99% dos casos é o melhor preço que você irá encontrar no mercado online).
Adega Virtual
Todas as compras que você realiza na VinumDay são enviadas para a sua adega virtual. Esse sistema exclusivo lhe permite acumular compras feitas em datas diferentes para obter frete reduzido ou gratuito.
Frete Grátis
Ao acumular compras na adega virtual acima de um determinado valor (que varia de R$ 400 a R$ 800 - dependendo da sua região) você pode solicitar a entrega com frete gratuito.
Pagamento
O pagamento pode ser realizado através de cartão de crédito ou então via depósito bancário/DOC/TED.
A vitivinicultura brasileira já se espalha por mais de 17 estados — um salto impressionante se lembrarmos que, há pouco mais de uma década, falávamos praticamente apenas de três ou quatro polos produtores. Mesmo com essa expansão, o Rio Grande do Sul segue firme na liderança em volume. E é justamente aqui, no estado berço da Vinumday, que encontramos o delicioso - Campos de Cima Cepas Chardonnay 2023!
Comandada por Hortênsia Ayub e suas filhas, Vanessa e Manuela, a Campos de Cima é uma vinícola boutique da Campanha Gaúcha, situada próxima à fronteira com a Argentina.
Com 15 hectares de vinhas plantadas entre 2002 e 2004, a vinícola lançou seu primeiro rótulo apenas em 2009. Desde então, conquistou reconhecimento como um dos nomes de destaque da região — e também como uma das principais vozes na promoção dos vinhos da Campanha. Seus exemplares já chamaram a atenção de publicações e concursos de prestígio, como a Decanter Magazine e o Wines of Brazil Awards.
A marca se distingue pela produção de rótulos de tiragem limitada e qualidade excepcional. O Cepas Chardonnay 2023 traduz com elegância todo o potencial da variedade na Campanha, vindo do vinhedo Três Bocas, no Rio Grande do Sul.
No olfato apresenta aromas vibrantes de frutas cítricas, como maçã-verde e limão-taiti, combinados a frutas tropicais frescas, com destaque para o abacaxi. Toques sutis de ervas frescas de quintal e delicadas nuances minerais completam o perfil aromático, conferindo frescor e complexidade.
Em boca, mostra-se harmônico e refrescante, com corpo médio e acidez cítrica bem integrada. Os sabores ressaltam as frutas tropicais frescas, sustentados por um final elegante e saboroso, que convida a mais um gole.
E o melhor, ele chega até você nos próximos dias por apenas R$ 109,90, aqui na VinumDay!
18 de agosto é dia de celebrar uma das castas mais icônicas do mundo: Pinot Noir!
E para marcar a data, selecionamos um rótulo à altura — mas nada previsível.
Nossa curadoria traz um exemplar que prova como a Itália também se destaca nesta variedade. No norte do país, surgem vinhos delicados, elegantes e cheios de sabor, que traduzem com precisão a personalidade da casta.
Ficou curioso? Então confira abaixo os detalhes sobre o escolhido para brindar esta ocasião especial:
"Anni, amori e bicchieri di vino non si contano mai."
Este provérbio italiano diz tudo sobre a felicidade em abundância: anos, amores e taças de vinho nunca devem ser contados. Afinal, quem questionaria que esses momentos preciosos são para serem vividos e saboreados sem pressa?
Inspirados por essa sabedoria, trazemos hoje um vinho que personifica esse espírito de prazer e celebração: o Armani Pinot Nero 2022. Um italiano romântico, que encanta na medida certa, equilibrando delicadeza e complexidade de forma impecável.
A Pinot Noir é uma das castas mais difíceis e imprevisíveis de cultivar, mas quando bem tratada, pode gerar resultados simplesmente brilhantes. Ela prospera em regiões de clima fresco, por isso, na Itália, o norte é uma das melhores áreasque o país tem a oferecer para a uva.
Acredita-se que tenha sido introduzida no país há quase 200 anos, inicialmente no Trentino, onde recebeu o nome local de Pinot Nero. Sua natureza sutil faz dela uma excelente reflexão do terroir, capturando a essência das terras italianas em vinhos que, muitas vezes, evocam o estilo clássico da Borgonha.
E é exatamente isso que você encontra no vinho de hoje. Criado pela Albino Armani, vinícola muito renomada na Itália, este Pinot Nero carrega em sua essência a tradição deste produtor, que remonta a 1607 – uma herança raríssima no mundo dos vinhos. A Albino Armani é uma empresa familiar, com vinhedos que se estendem por três importantes regiões vinícolas do norte da Itália: Trentino-Alto Adige, Veneto e Friuli-Venezia Giulia, todas abarcadas pela IGT Trevenezie.
No entanto, foi em Trentino que foram selecionadas as melhores parcelas de vinhedos para este Pinot Nero 100% varietal. O processo de vinificação foi cuidadosamente conduzido: o vinho permaneceu entre 7 e 10 dias em contato com as cascas em tanques de aço inoxidável, garantindo uma extração delicada e preservando o frescor e a pureza da fruta. Após essa etapa, parte do vinho amadureceu em barris de carvalho, o que adicionou maior complexidade ao perfil final.
No olfato, as frutas silvestres como mirtilo, cereja e framboesa dominam, seguidas de delicados toques florais. As especiarias, como canela e pimenta-preta, adicionam uma camada de complexidade, enquanto as notas minerais trazem nuances refrescantes.
Na boca, é um vinho elegante e saboroso, com taninos finos e sedosos que se equilibram perfeitamente com a acidez no ponto. A concentração de fruta é o grande destaque, proporcionando um sabor intenso e persistente.
Se você busca um vinho que combine sofisticação, delicadeza e profundidade, este Pinot Nero é a escolha perfeita.