Jovens, viúvas, empoderadas e responsáveis por impulsionar fortemente os negócios de suas famílias, transformando-os em verdadeiros reinos!
Barbe-Nicole Ponsardin Clicquot (1777 - 1866) - a famosa Veuve Clicquot, responsável pela criação do método revolucionário de remuage, processo aplicado na maior parte dos champagnes e espumantes elaborados pelo método tradicional (champenoise), exceto nos que mantém as borras em contato na garrafa, conhecidos como sur lie.
Foi em 1805 quando a Madame Cliquot perdeu o marido, produtor da Champagne e, mesmo sem experiência administrativa e sem dominar a vinificação, transformou a indústria com a força feminina, sendo uma das pioneiras no ramo. Desenvolveu técnicas essenciais para o método tradicional, como a remuage, em que as garrafas ficam em um suporte, chamado de pupitre, inclinadas com o gargalo para baixo. Regularmente, o produtor girava as garrafas, desprendendo as borras das paredes do vidro para após serem removidas. Atualmente, os pupitres, que demandavam mão-de-obra, foram substituídos pelos giropalets (automáticos). O impacto dessa invenção foi a oferta dos primeiros espumantes límpidos no mercado.
A história dessa madame pode ser explorada em um livro que a descreve de forma maravilhosa, chamado - A viúva Clicquot: A história de um império do champanhe e da mulher que o construiu, escrito por Tilar J. Mazzeo.
Jeanne Alexandrine Louise Mélin Pommery (1819 - 1890) - até 1874, os vinhos espumantes produzidos na Champagne eram adocicados. A Madame Pommery foi responsável pela criação do espumante Brut, após a morte de seu marido, em 1860, quando teve que assumir negócios da família.
Na época, o mercado inglês dominava a compra dos champagnes franceses. Ousada e visionária, Louise começou a elaborar espumantes secos. Mesmo com a resistência de seus clientes, a madame teve persistência e foi aprimorando o produto ao longo do tempo. Foi na safra de 1874, que conseguiu espaço no mercado e teve destaque com o lançamento de um Brut que marcou a história da Maison. O champagne agradou tanto os ingleses que virou uma canção popular chamada Ode to Pommery!
Élisabeth Law Lauriston-Bouber (1899 - 1977) - mais conhecida como Lily Bollinger, perdeu o marido aos 42 anos e, assim como as viúvas anteriores, assumiu a Maison familiar. Sua marca registrada foi o acompanhamento das videiras diariamente, prezando pela qualidade. Ela fazia isso percorrendo em sua bicicleta, fato registrado por diversos fotógrafos da época.
Uma de suas frases mais aclamadas é a clássica: “Eu bebo champanhe quando eu estou feliz e quando eu estou triste. Às vezes eu bebo quando estou sozinha. Quando tenho companhia, considero obrigatório. Dou um gole quando estou sem fome, e bebo quando estou com fome. Se não for assim, eu nunca nem toco no champanhe, a não ser que eu esteja com sede.”
Essas, entre outras, foram peças cruciais para o aumento da qualidade desses produtos que tanto nos agradam.
Felizes que somos em aproveitar os frutos do trabalho e coragem destas viúvas que fizeram acontecer na época.
Santé!