Böen
Pinot Noir 2022
Embora Sideways – o polêmico (e igualmente brilhante) filme – seja considerado o responsável por moldar o destino da Pinot Noir californiana, é inegável que a variedade já encontrava na Costa Pacífica Estadunidense sua principal expressão fora da Borgonha.
Num perfil diferente – mais maduro, especiado, e opulento – é no mínimo justo dar crédito à Califórnia por abrir os olhos do mundo para uma cepa que, até então, só ganhava louros dos profissionais, ultra-aficionados, ou então, dos wine snobs.
Mas depois de Sideways a Pinot da Califórnia definitivamente hypou. E isso não foi necessariamente bom.
Alguns produtores quiseram tratá-la como uma variedade bordalesa: extração demasiada, álcool nas alturas, toneladas de madeira nova... e, em muitos casos, um desagradável dulçor residual! Outros foram na contramão, tentando imitar o que se encontrava na Borgonha (sem grande sucesso).
Os melhores se encontram no meio-termo.
O Böen é um destes.
Projeto criado por Joe Wagner – 5ª geração de uma família responsável por vinícolas como Caymus e Belle Glos – Böen é focado na exploração de Pinot e Chardonnay. Numa tradução literal, Böen significa "fazenda", nome escolhido por Joe para ressaltar o fato de que, antes de tudo, ele é um homem do campo — um viticultor.
O rótulo em destaque hoje mescla de uvas de terroirs consagrados para a variedade na Califórnia, sabidamente das porções da Costa Norte e Central.
De Sonoma County, mais especificamente da área premium de Russian River, vêm 11% das uvas. Aqui a Pinot agrega seu caráter mineral e de frutas frescas. 70% se originam em Monterey County, responsável pela opulência e pelas notas terrosas. E por fim, os 19% restantes vêm de Santa Barbara County, creditada pelos toques sedosos e especiados. O vinho amadurece em uma mescla entre barricas francesas e americanas, por um período de 9 e 12 meses.
Na taça entrega um belo extrato da Pinot do Novo Mundo, mas com doses inesperadas de elegância.
O aroma vibra com frutas vermelhas e negras maduras, especiarias doces como baunilha e cravo, além de um distinto floral de violetas.
Na boca equilibra bem frescor e opulência, e também fruta e madeira. Tem mais maturação e extrato que um bom francês, mas nem de longe agride com o peso e o dulçor de um americano mais estereotipado.
É de fato um tinto muito agradável de se beber, com potencial para ganhar complexidade com a guarda. Mais do que isso, tem a proeza de agradar tantos aos fãs da inimitável Borgonha, como aos "novos entrantes", aqueles que querem se apaixonar pela Pinot, mas que ainda se refestelam com vinhos sedosos e maduros.
Temos apenas 36 garrafas disponíveis.
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