Apresentação

Se você nunca se deparou com um PX antes, vamos contextualizar: o PX é uma espécie Jerez. Isso significa que ele é feito na Andaluzia (porção sul da Espanha), mais especificamente na D.O. Montilla-Moriles. Essa é uma região quente e árida, ideal para o cultivo da variedade Pedro Ximénez.

Sua elaboração foge bastante do tradicional, portanto se quiser se inteirar dos detalhes, leia o trecho abaixo (ELABORAÇÂO). Caso esteja interessado apenas no que esperar dele na taça, pule direto para a DEGUSTAÇÃO.


ELABORAÇÃO

A primeira curiosidade na elaboração do PX, é que a variedade Pedro Ximénez é uma uva branca. A cor exótica que apresenta - um mogno escuro - decorre inteiramente do processo de vinificação.

Como funciona: após a colheita das uvas, que já ocorre em um estágio que elas estão sobremaduras, os cachos são secados ao sol por aproximadamente 10 dias. Com isso os grãos desidratam - ou seja, perdem água - o que significa que concentram os açúcares naturais da fruta.

Dessa forma tem-se um mosto incrivelmente doce, que é fermentado parcialmente. Por que parcialmente? Porque no meio desse processo ocorre uma fortificação. Ou seja, acrescenta-se aguardente vínica no mosto, o que interrompe a fermentação e dá como resultado um vinho mais alcóolico, ao mesmo tempo em que mantém um nível elevado de açúcar residual.

Após a fermentação, ocorre uma longa maturação oxidativa. Os vinhos são passados para barricas de carvalho americano, e maturados através do sistema de solera. Nesse sistema, vinhos de safras mais antigas são gradualmente mesclados com os mais novos, garantindo que cada garrafa seja dotada de uma complexidade ímpar.

No caso desse Cruz Conde, a solera original é de 1902. Ou seja, uma parte do que está nessa garrafa tem mais de 115 anos de idade. Não apenas isso, o blend final maturou por no mínimo 20 anos em carvalho.

Nesse período todo em que ele estagia nas barricas, ocorre uma oxidação lenta e gradual, devido a porosidade do carvalho. Com isso ele vai ganhando a cor escura, e também os aromas complexos que são a marca do estilo.


DEGUSTAÇÃO

Este é um vinho que impressiona já na análise visual. A cor escura e impenetrável é acompanhada de uma viscosidade fora do comum.

No aroma somos presentados com uma gama complexa de camadas, passando por figo em calda, caramelo, frutos secos, toffee, tamaras, café e alcaçuz.

Na boca a doçura é equilibrada pela excelente acidez, o que garante que ele nem de longe se torne enjoativo. Cremoso ao extremo, traz uma explosão de sabores, que mesclam chocolate, baunilha, nozes e café, com um final que parece persistir por horas.

E para harmonizar? Apenas com sobremesa, certo? Nada disso, esse é um vinho super versátil! Use-o como aperitivo ao lado de queijos azuis (o contraste entre doce e salgado é algo à parte), ou se realmente quiser combiná-lo com doces, é o vinho perfeito para degustar com tudo que tenha chocolate na composição. Se você é daqueles que aprecia um bom charuto, dificilmente encontrará companhia melhor que um PX.

É claro, este não é um vinho para abrir e tomar a garrafa inteira em duas ou três pessoas. O ideal é apreciá-lo em doses menores. Mas o bacana é que você pode abrir a garrafa e guardá-lo tranquilamente por 3 ou 4 meses na geladeira, sem qualquer prejuízo à degustação. O que ele tinha para oxidar, já oxidou antes de sair da vinícola ;-)

Cruz Conde PX 20 Años Solera Fundación 1902

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INFORMAÇÕES TÉCNICAS

Tipo

licoroso

Safra

N.V.

Teor Alcoólico

16%

País

Espanha

Região

D.O. Montilla Moriles

Vinícola

Bodegas Cruz Conde

Temperatura de Serviço

12º a 14ºC

Guarda

até 2050

Decanter

-

Maturação

mínimo de 20 anos em barricas de carvalho americano

Castas

100% Pedro Ximénez

Vedante

Natural

Aglomerada

Twin Top

Silicone

Screw Cap

Champagne

Vidro

Taça

Bordeaux

Borgonha

Montrachet

Riesling

Flute

Dessert

Análise sensorial

Análise visual

Descrição

mogno escuro e intransponível, com lágrimas densas e espessas

Análise olfativa

Descrição

mostra uma gama complexa de camadas, passando por figo em calda, caramelo, frutos secos, toffee, tamaras, café e alcaçuz

Análise gustativa

Descrição

a doçura é equilibrada pela excelente acidez, o que garante que ele nem de longe se torne enjoativo; cremoso ao extremo, traz uma explosão de sabores, que mesclam chocolate, baunilha, nozes e café, com um final que parece persistir por horas